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Andrea Goldschmidt

O colorido e empolgante Carnaval de Nazaré da Mata com seu Maracatu do Baque Solto (Maracatu Rural)


Trabalhador rural vestido de caboclo de lança

O Maracatu do Baque Solto (Maracatu Rural) é uma manifestação cultural da música folclórica pernambucana afro-brasileira. Como a maioria das manifestações populares do Brasil, é uma mistura das culturas indígena, africana e europeia. Provavelmente teve origem nos engenhos de cana de açúcar, onde os brincantes vivam e trabalhavam.

No final do século XIX, com a promulgação da lei Áurea, a mão de obra escrava é substituída pelo trabalho livre, mas isso não deu aos negros condições de ascensão social. Os trabalhadores canavieiros, nesta época, se reuniam nos períodos de folga para brincar e festejar depois de dias árduos de trabalho. Iam improvisando ritmos com os instrumentos de trabalho de que dispunham, o que deu origem ao Maracatu do Baque Solto, também conhecido como Maracatu Rural.

O termo maracatu tem origem incerta, mas especula-se que seja uma variação linguística do norte de Angola onde maracatuca significa "vamos debandar", termo utilizado pelos escravos no momento em que suas manifestações eram reprimidas pelas forças oficiais. Outra possibilidade é que o termo venha da junção do maracá (instrumento indígena) com catu (bonito).

Atualmente, o folguedo é ligado ao período carnavalesco, quando os ex-canavieiros se enchem de alegria e se tornam poderosos "guerreiros": são os caboclos de lança!

Mais do que uma brincadeira, o Maracatu Rural é uma herança secular, motivo de muito orgulho e admiração.

Os grupos de brincantes são formados por pessoas simples, principalmente por trabalhadores rurais que também bordam as golas de caboclo, cortam fantasias, enfeitam guiadas, relhos e chapéus.

Suportar o peso da indumentária e o calor são desafios constantes, mas que os participantes tiram de letra!

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