O Festival Folclórico de Olímpia acontece todos os anos no mês de agosto. Grupos folclóricos de todo o país se apresentam durante os 10 dias do Festival no recinto criado especialmente para esta finalidade e, no último domingo, apresentam-se novamente no desfile de encerramento pelas ruas da cidade.
O criador do Festival Folclórico de Olímpia foi o Professor José Sant'anna. Inicialmente era apenas uma atividade acadêmica, com o objetivo de estimular a pesquisa sobre folclore brasileiro entre os seus alunos. Mas em 1965, o Festival ganhou as ruas.
Em 2017, 32 grupos folclóricos de 13 Estados diferentes participarão do Festival Folclórico de Olímpia. Os principais objetivos atuais do Festival são resgatar e preservar as manifestações da Cultura Tradicional de todas regiões do país proporcionando a interação entre todos os integrantes nos alojamentos, no refeitório e no local de confraternização. A troca de informações e oportunidades de pesquisas que ocorrem durante o festival é de grande importância para o crescimento e fortalecimento dos grupos.
Como eu me apaixonei pelas festas populares Brasileiras?
O que encantava o professor Sant'Anna e o que encanta a mim também como fotógrafa é que o Folclore é, de certa maneira, a alma de um país. Conhecer o folclore é entender o modo de ser da gente do povo, das suas maneiras de pensar, de agir e de sentir. O folclore traz, oralmente, lições que nos são transmitidas de geração em gerações. É um saber empírico, mas que lastreia a formação de uma identidade nacional.
Essa sabedoria não é uniforme, varia de um Estado para outro, às vezes até de uma cidade para outra, porque recebe contribuições de outras culturas (vindas com as correntes imigratórias) e influências do meio (do clima, da biodiversidade, dos tipos de moradia, de alimentação, de técnica, de feição espiritual.
Essa sabedoria não é uniforme, varia de um Estado para outro, às vezes até de uma cidade para outra, porque recebe contribuições de outras culturas (vindas com as correntes imigratórias) e influências do meio (do clima, da biodiversidade, dos tipos de moradia, de alimentação, de técnica, de feição espiritual.
Sendo assim, não é provável que o povo do sul do País tema o boto, nem que o povo do Centro-Oeste se encante com a sereia. O lavrador se cercará de crendices e superstições que o ajudem a acreditar no bom êxito de suas lavouras, o pescador fará o mesmo pensando na abundância de peixes, o boiadeiro na sobrevivência do gado e assim por diante.
Um país de dimensões continentais como o nosso, com climas tão diferentes em cada um dos 6 biomas que temos e formado a partir de tantas culturas completamente diferentes vindas de tantas levas migratórias como tivemos em nossa história certamente tem uma cultura folclórica riquíssima e super variada.
Divulgar essas diferenças. Trazer para o conhecimento das pessoas essa diversidade e essa riqueza do patrimônio imaterial brasileiro é uma das coisas que torna este Festival um evento tão importante! E, além disso, é emocionante ver uma variedade tão grande de manifestações culturais no mesmo lugar, em um espaço tão curto de tempo.
Não seria maravilhoso se todas as escolas desse país seguissem o exemplo do Professor Sant'Anna e incluísse questões folclóricas em seus currículos? Imagino como os contos do nosso folclore podem ser utilizados no momento de ensinar Português (tanto no desenvolvimento da linguagem oral como no da escrita). Eles podem ainda ser muito úteis ao tratar de questões éticas, morais e estéticas,
Os provérbios, que representam uma condensação de sabedoria, as adivinhas, as parlendas, os jogos, os brinquedos, podem divertir e, ao mesmo tempo, estimular o orgulho de ser brasileiro! Em História, Geografia e Ciências também são muitas as oportunidades de usar o folclore como base para ensino de temas relativos à escravidão, mineração, bandeiras, heróis, os tipos brasileiros e seus traços culturais, os ambientes em que vivem, as serras e lagoas e mares com seus mitos, animais, vegetais e minerais. Em Artes e Artesanatos, o uso do material local, com revalorização de seus usos e seus motivos típicos ornamentais; Na música, as melodias, ritmos e instrumentos; Na dança e no teatro, com apresentações da beleza que possuímos nesses campos.
Enfim, o tema permite explorar conhecimentos e estimular a curiosidade em muitas áreas diferentes de ensino. Além de ser uma forma muito bacana, o Festival Folclórico de Olímpia além de mostrar que toda cultura tem seu valor, que toda cultura deve ser respeitada e protegida e que tudo isso faz parte de um maravilhoso patrimônio comum do povo brasileiro.
Desde que comecei a estudar esse tema e viajar pelo país para registrar as lindas festas que compõe a nossa cultura, comecei a valorizar mais a alegria e a capacidade de superação do povo brasileiro. Alguns meses atrás, resolvi colocar algumas fotos dessas festas na minha casa, como forma de lembrar a mim mesma todo os dias, como é bom ser brasileira! Como é bom ter nascido em um país onde tantos povos diferentes (indígenas, portugueses, africanos, alemães, italianos, japoneses, árabes, etc.) conseguem conviver em paz, criando juntos uma riqueza cultural inimaginável.
Você sabe como surgiu a palavra folclore?
A palavra folclore foi criada pelo arqueólogo inglês William John Thoms (no dia 22 de agosto de 1846, em Londres) quando a propôs à revista The Atheneum, para designar os registros dos cantos, das narrativas, dos costumes e usos dos tempos antigos. Thoms escolheu duas velhas raízes saxônicas: Folk, que significa povo, e Lore, saber, formando, assim, Folk-Lore, sabedoria do povo.
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Andrea Goldschmidt é uma fotógrafa brasileira que atua no registro de festas populares tradicionais do país. Filha e neta de brasileiros, Andrea construiu uma relação de mais de três décadas com temáticas de cultura e diversidade, fruto de um incessante desejo por conhecer mais sobre o patrimônio imaterial do país e suas origens. Assim, disseminar o conhecimento sobre a cultura brasileira a partir do registro de tradicionais festas populares foi o caminho mais natural rumo a uma jornada empolgante e de constantes descobertas, e que faz questão de compartilhar com o maior número de pessoas.