Já ouvi muitas vezes críticas ao Carnaval dizendo que “é um absurdo que pessoas pobres gastem tanto dinheiro em uma fantasia que vai ser usada por apenas uma hora”.
Descobri que há pelo menos 2 erros nesta afirmação: o primeiro deles, é que a comunidade dificilmente paga pela fantasia, estas pessoas recebem das Escolas de Samba, gratuitamente, as fantasias para o desfile, desde que participem ativamente dos ensaios (e da vida da Escola), o que também deixa claro que a diversão gerada pelo Carnaval não é de apenas uma hora, durante o desfile, mas sim de 2 ou 3 horas semanais (dos ensaios) durante um período de vários meses.
Ou seja, desfilar em uma Escola de Samba, ao contrário do que os críticos afirmam, é uma atividade de baixo custo e que envolve um ano inteiro (ou quase) de pequenas doses de diversão semanal, que culminam com o dia do desfile, quando aquela pessoa se transfigura, coloca uma roupa cheia de brilhos e plumas, é ovacionada pela plateia e se recarrega de energias para mais um ano de trabalho e dedicação.
Pensando nisso, resolvi que, ao invés de fotografar apenas o desfile das Escolas de Samba, que são a ponta do iceberg, iria fotografar o processo como um todo: os ensaios semanais na quadra de uma escola, a confecção das fantasias, a construção dos carros alegóricos, o transporte destes carros do barracão para o Sambódromo, o ensaio geral pré evento, a arrumação dos participantes, o desfile em si e, finalmente, a apuração dos resultados.
Sim, me parece que, neste caso, seria mais correto dizer que esta é uma festa popular que acontece em pequenas doses semanais ao longo de quase todo o ano e não apenas em uma noite durante o período do Carnaval.
Foram cerca de 4 meses de encontros com os integrantes de uma escola de São Paulo que se dispôs a abrir suas portas para mim, a X9 Paulistana. Uma experiência muito diferente: de viver o Carnaval!
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