Com a simplicidade do caipira, a história do nascimento de Jesus é recontada ano após ano, de casa em casa, no pequeno município de Santo Antonio da Alegria, no interior de São Paulo, assim como em tantas outras localidades pelo interior do Brasil. A história é cantada em versos rimados, que nem sempre fazem tanto sentido, mas que sempre divertem quem os ouve.
Contam que assim que se soube do nascimento do Cristo, o rei Baltazar saiu da África, levando mirra (um arbusto de onde é extraída uma resina para preparação de medicamentos) que representa a imortalidade; Belchior partiu da Europa, levando ouro, que simboliza a nobreza do Messias, rei dos reis e Gaspar partiu da Índia, levando o incenso, que representa a fé e a espiritualidade como presentes para o novo Messias.
3 homens de idades diferentes, de origens diferentes, de raças diferentes, representantes de toda a humanidade.
Pedem licença em versos, entregam a bandeira ao dono da casa e cantam. Contam as histórias bíblicas, fazem graça com as histórias terrenas que envolvem os moradores daquela residência. Fazem versinhos de improviso e repetem ladainhas muito antigas. Trazem para a casa das pessoas a alegria que o momento do nascimento de seu líder inspira.
Chegam em bando, fazem louvores, recebem donativos, se alimentam com a comida simples e saborosa do interior, agradecem por tudo e vão-se embora, para uma outra casa, onde começa tudo outra vez!
São 6 dias de festa. 6 dias visitando as sagradas famílias aqui da Terra. 6 dias conhecendo os presépios montados com esmero para recebe-los – aos cantores, aos Santos Reis e, claro, ao menino Jesus.
Muitas histórias de milagres são atribuídas aos Santos Reis. Em cada pouso, uma nova narrativa. Todas parecidas. Todas únicas.
Em todos os lares, a alegria do encontro: com a companhia, com os vizinhos, com os Santos Reis, com Deus.