A Noite de Iluminação é uma das cerimônias que marcam as festas do Divino Espírito Santo e de São Benedito, em Poconé, no Mato Grosso.
A Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário é o palco dessa festa. Em sua frente é montado o Arco da Iluminação: uma armação de bambus, com suporte de madeira revestido de folhas de bananeiras, que tem a forma da fachada da Igreja. Ao longo do arco são postas pequenas escoras, onde são apoiadas as luminárias: pequenos potes de barro, cheios de sebo e com um pavio de algodão.
Uma queima de fogos divulga o início da procissão, quando a banda, os festeiros e o grupo de Mascarados sai da Casa das Festas (localizada na ponta oposta da praça em relação à Igreja Matriz) e caminha em direção ao Arco.
Isso é um sinal para que os homens do Arco comecem a acender as luminárias, já́ que tudo deve estar iluminado quando a procissão chegar à igreja e quando irá começar a Dança dos Mascarados: essa manifestação folclórica incrível, típica e exclusiva dessa região do país.
O grupo dos Mascarados é composto exclusivamente por homens: 12 deles, os Galãs, representam a figura masculina na dança; outros 12 representam as figuras femininas e são chamados de Damas, já que dançam vestindo roupas de mulher.
Além deles, mais 3 pessoas participam do grupo. Eles formam a Baliza. Um deles, o do centro, carrega um longo mastro de madeira enfeitado com fitas coloridas presas no cume a uma pequena coroa (que será utilizada em uma das danças mais esperadas pela plateia – a Trança Fita); o da direita leva uma bandeirinha com a imagem de São Benedito (ou de outro santo que esteja sendo homenageado) e o da esquerda segura um pedaço de madeira que será́ usado para apoiar os dançantes na formação de reverência aos santos e aos festeiros.
As coreografias apresentadas pelos Mascarados são compostas por músicas e passos vibrantes, que garantem o entusiasmado do começo ao fim do espetáculo.
São doze coreografias distintas, chamadas de Entrada ou Cavalinho, Primeira, Segunda, Trança Fitas, Joaquina, Arpejada, Caradura, Maxixe de Humberto, Carango, Lundu, Vilão e Retirada.
Os Mascarados de Poconé usam indumentária única e cheia brilho: o item que mais chama a atenção é, sem dúvida, a máscara. Confeccionada em tela de arame, moldada em uma forma de rosto e coberta com uma camada de massa colorida sendo cinza para os dançantes masculinos e rosa para os femininos.
Todos usam chapéus de palha forrados e cobertos de cetim colorido, bordados de miçangas, lantejoulas, franjas e espelho.
O Galã usa roupas de cetim, de cores alegres e vibrantes. As vestimentas das Damas, sofreram alterações ao longo dos anos.
Inicialmente, os vestidos eram emprestados por familiares e vizinhas, e imediatamente trocados entre eles para que a sua identidade fosse mantida em segredo até mesmo para as pessoas mais próximas. Atualmente, as Damas se apresentam com vestidos de cetim colorido, com muito brilho e diversas fitas. Usam sutiã com enchimento, correntes no pescoço, perucas por debaixo do chapéu, meias três-quartos na cor branca e calçado de sola de borracha do tipo tênis. O short é um adereço obrigatório para as damas, embora haja alguns deslizes por parte dos integrantes do grupo, causando alvoroço nas apresentações.
Quando a dança termina, outro acontecimento marcante finaliza a Noite de Iluminação: o show pirotécnico que ilumina a cidade enquanto as velas do Arco vão sendo apagadas.
Fonte: Adaptado do texto de Bruna Figueiredo, Jessyé Figueiredo e Luciana Oyadomari sobre a importância da festa para o turismo na região
#FestadoDivino #Festabrasileira #Festapopular #Fé #Cultura #Folclore #Mascarados #noitedailuminacao #pocone #matogrosso #patrimoniocultural #patrimonioimaterial #culturapopular