A Semana Farroupilha é celebrada todos os anos em vários municípios do Rio Grande do Sul, como forma de lembrar a Guerra dos Farrapos. Considerada uma das mais significativas revoltas civis brasileiras, essa guerra contra o Império durou de 1835 a 1845.
O marco inicial aconteceu no amanhecer de 20 de setembro de 1835 quando Gomes Jardim e Onofre Pires, liderando homens armados, entraram em Porto Alegre pela Ponte da Azenha.
A data e o fato ficaram registrados na história do Rio Grande de Sul e do Brasil como o início da Revolução Farroupilha.
Para celebrar a data, nada melhor do que reviver as tradições gaúchas!
Em Porto Alegre, o acampamento Farroupilha se instala no Parque Maurício Sirotski Sobrinho e, durante quase 30 dias (antes do dia 20 de setembro), oferece uma intensa programação social, cívica e cultural com o objetivo principal de reafirmar o sentimento de orgulho pelos hábitos, costumes e tradições gauchescas.
Reagauchar o Rio Grande (rs) foi uma das expressões que ouvi de uma pessoa que tentava explicar a simbologia dessa festa.
Muita dança, muita música e, claro, muito churrasco, animam os participantes do evento que termina no dia 20 de setembro, com desfiles em homenagem aos líderes da Revolução Farroupilha.
No acampamento Farroupilha, os chamados piquetes (espécie de sede temporária de grupos que participam do evento) são montados com estrutura de madeira, bem no estilo das antigas construções das áreas rurais do Estado.
Chamou a minha atenção que muitos deles se chamam "Querência" que, segundo o dicionário, é o lugar para onde sempre voltam o gado (ou mesmo as pessoas) porque ali é o lugar que reconhecem como seu. O gado, por ter pastado naquelas regiões desde pequeno, tem uma tendência instintiva de voltar para sua querência e, as pessoas, claro, adoram voltar para os lugares que lhes são familiares e onde se sentem "em casa".
Sobre Andrea Goldschmidt
Andrea Goldschmidt é uma fotógrafa brasileira que atua no registro de festas populares tradicionais do país. Filha e neta de brasileiros, Andrea construiu uma relação de mais de três décadas com temáticas de cultura e diversidade, fruto de um incessante desejo por conhecer mais sobre o patrimônio imaterial do país e suas origens. Assim, disseminar o conhecimento sobre a cultura brasileira a partir do registro de tradicionais festas populares foi o caminho mais natural rumo a uma jornada empolgante e de constantes descobertas, e que faz questão de compartilhar com o maior número de pessoas.