Nos séculos XVII e XVIII, na época do Brasil Colonial, ainda não existiam estradas de ferro e nem caminhões, mas já existia uma grande necessidade de transporte de mercadorias, especialmente para levar comida para as regiões mineradoras e ouro para os portos (de onde seria enviado para Portugal).
O animal que melhor se adequava a esta árdua tarefa eram as mulas, cruzamento de um burro com uma égua.
Os grandes responsáveis pela produção destes animais eram os gaúchos, moradores do sul do país, que viviam bastante distantes dos centros produtores e exportadores de ouro do sudeste brasileiro.
Da necessidade de movimentar as tropas de mulas é que surgem os tropeiros. Grupos de homens que tinham uma grande importância econômica nesta época porque, além de condutores de mulas, eram também comerciantes e responsáveis por que boa parte dos alimentos, dos escravos e das ferramentas necessárias chegassem até as regiões de minas.
Os tropeiros foram também os responsáveis pela abertura de estradas e pela fundação de vilas e cidades pelos caminhos por onde passavam, contribuindo muito para o desenvolvimento do interior do país.
Além de uma profissão, o tropeirismo acabou se transformando em um estilo de vida que é relembrado anualmente por um grupo de jovens no interior de Santa Catarina.
Eles cavalgam pelas serras catarinenses, vestindo bombachas e outras roupas típicas. Param em fazendas pelo caminho para se alimentar e descansar. Tocam músicas regionais típicas da região sul do Brasil, que contam causos curiosos da vida de tropeiro e dos amores deixados nas cidades. Não são mais comerciantes, não transportam mulas para serem vendidas, mas mantém viva uma tradição antiga que ainda preserva uma relação muito forte com o modo de vida dos moradores do sul do Brasil.