Segundo registros históricos, a primeira montagem de um presépio teria acontecido para a celebração do Natal de 1223 na cidade de Assis, na Itália. Ele foi montado por um frade chamado Francisco que mais tarde ficaria (bem mais) conhecido como São Francisco de Assis.
O presépio de Francisco não era composto com figuras ou esculturas, como os que temos hoje em nossas casas, mas sim com pessoas e animais "de verdade", que recriavam a cena bíblica como ela havia sido descrita em textos antigos, numa espécie de representação cênica do nascimento de Jesus.
Segundo o pesquisador Thiago Maerki "Francisco queria que as pessoas pudessem ver com seus próprios olhos como teria sido o nascimento de Jesus" e, numa época em que a maioria da população era iletrada, reviver a experiência de forma visual era uma maneira bastante eficiente de contar uma história. O primeiro presépio portanto, foi o que hoje chamamos de "presépio vivo".
O nome presépio não foi uma invenção de Francisco, mas sim uma apropriação posterior de uma palavra que já existia - em italiano, presepe; em latim, praesepium - que significava simplesmente um estábulo para animais.
Os personagens básicos de um presépio são o menino Jesus, Maria, José, o boi, o jumento, os pastores e os Reis Magos. Muitas variações incluem anjos e estrelas. Mas em cada país as pessoas costumam adaptar o presépio às suas tradições locais e elementos da fauna, da flora e da cultura local podem ser incorporados para formar o cenário completo.
Cada imagem do presépio tem uma simbologia e transmite uma ideia relevante, por exemplo:
Maria simboliza a maternidade e o amor incondicional;
José representa a figura do pai protetor e trabalhador;
A manjedoura é o símbolo da simplicidade e da humildade;
Pastores e os reis magos aparecem juntos, representando pobres e ricos, e simbolizando que Deus é igual para todos;
Vacas, burrinhos e ovelhas, que são animais mansos, representam a humildade e o serviço. Também simbolizam a aceitação de Cristo por tudo o que é vivo. Em algumas tradições, o boi simboliza o povo judeu e o jumento os gentios, indicando a união de todos sob Cristo.
A estrela de Belém representa a luz divina que guia os fiéis para Jesus. Também é um símbolo de orientação espiritual e esperança;
Os anjos, mensageiros de Deus, simbolizam a ligação entre o céu e a terra;
Montanhas simbolizam a busca espiritual e rios representam a purificação e a vida que emana de Cristo.
Em 2010, a tradição dos presépios foi reconhecida pela UNESCO como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, especialmente pelas práticas artesanais associadas à sua produção.
Na tradição mexicana, presépios gigantes são montados em praças públicas, muitas vezes com figuras em tamanho natural. Em 2023, no estacionamento do Estadio Azteca, na capital mexicana foi montado um presépio que contava com 57 cenas e mais de mil figuras que foram expostas num espaço de 20 mil metros quadrados. Alguns dos cenários tinham mais de 7 metros de altura. Com isto foram quebrados dois recordes mundiais: o de maior tamanho e o de maior número de réplicas de figuras humanas.
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